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Você sabe quais são as principais características físicas de um mineral?

Diante de mais de 4 mil espécies de minerais já catalogadas, uma das dificuldades enfrentadas pelos colecionadores de minerais, principalmente os que não tem formação em geociências, é a identificação de itens no seu acervo. Alguns minerais são bastante comuns na natureza e no comércio, sendo facilmente reconhecidos, porém existem espécies de minerais extremamente raras, tornando sua identificação complicada para quem a coletou.   

Os minerais são elementos naturais e compostos químicos formados a partir de processos físico-químicos que ocorrem na superfície e no interior da crosta terrestre. Cada mineral é classificado e nomeado com base na sua composição química e estrutura cristalina dos materiais que o compõem. Nesse quesito, existem minerais quem têm a mesma composição química, mas que são completamente diferentes um do outro (sendo chamados de polimorfos), devido apenas a mudanças estruturais no arranjo espacial de seus átomos ou moléculas. Um exemplo muito conhecido é o caso da comparação entre o grafite e o diamante. Nesse caso, ambos são compostos por carbono, porém têm sua organização atômica interna bastante diferente, fazendo com que os mesmos sejam MUITO diferentes entre si, apesar da mesma composição química.    

Para a identificação de minerais a olho nu, são obvervadas as propriedades físicas e morfológicas dos minerais - resultantes de sua composição química e estrutura cristalina, como a dureza, clivagem, cor, cor do traço, transparência, brilho, hábito. Vejamos detalhes de algumas dessas características. 

 

DUREZA  

A dureza de um mineral é definida como a resistência de sua superfície a risco ou cortes. O grau de dureza é determinado observando a facilidade ou dificuldade com a qual uma superfície mineral pode ser arranhada por outro mineral ou algum material de dureza conhecida. Em 1813, a Escala de Mohs foi criada pelo mineralogista alemão Friedrich Vilar Mohs, que escolheu dez minerais comuns na natureza, com durezas relativas conhecidas, para serem usados como parâmetros para se descobrir aproximadamente o grau de dureza de outros minerais desconhecidos.  A proposta de Mohs é a seguinte escala D de dureza relativa: talco (D = 1), gipsita (D = 2), calcita (D = 3),  flourita (D = 4), apatita (D = 5), ortoclásio (D = 6), quartzo (D = 7), topázio (D = 8), coríndon (D = 9) e diamante (D = 10).   

Deve-se atentar ao fato de que a escala de Mohs não é constante, no sentido de que, por exemplo, a transição de calcita para fluorita (3 a 4 Mohs) reflete um aumento na dureza de cerca de 25%. Por outro lado, a transição do coríndon para o diamante (9-10 Mohs) reflete um aumento na dureza de mais de 300%.   

 

 

CLIVAGEM  

A clivagem é a forma como certos minerais se quebram de acordo com os planos associados à sua estrutura atômica interna, ou seja, a tendência do mineral a se quebrar em direções preferenciais paralelas a planos atômicos específicos. A clivagem é como se fosse a “rachadura na parede” de um mineral, um plano de fraqueza no qual o mineral sempre se quebrará naquela direção.  

 

 

  

COR 

A cor do mineral é uma de suas propriedades mais chamativas. Um mineral pode tanto ter uma cor característica e específica, sendo classificado como idiocromático, como também pode se apresentar em diversas cores, a depender da quantidade de impurezas presentes em sua composição química, sendo conhecidos como alocromáticos 

 

 

COR DO TRAÇO  

É a cor do pó resultante da fricção de um mineral, quando esfregado em uma superfície mais dura. A cor do pó pode ser da mesma cor do mineral, ou completamente diferente, podendo variar em intensidade e até mesmo tonalidade. Embora a cor de um mineral seja na maioria das vezes variável (os alocromáticos), seus traços são geralmente constantes e, portanto, isso faz que essa seja uma propriedade extremamente útil na identificação de um mineral, ao invés de só tentar identificá-lo pela cor. A maioria dos minerais com brilho não metálico tem um traço esbranquiçado, mesmo se forem coloridos, enquanto minerais metálicos apresentam cor do traço escura.  

 

 

TRANSPARÊNCIA  

Descreve como a luz é transmitida através de um mineral. Os minerais podem ser opacos, translúcidos ou transparentes. O mineral é opaco quando não se pode ver através do seu interior, como se fosse a luz fosse “barrada”. Todo mineral metálico é opaco. Em minerais transparentes, a luz atravessa completamente o mesmo, sendo possível ver o contorno de objetos através do mineral. Já em minerais translúcidos, há a passagem de luz, mas não sendo possível distinguir contornos de objetos através do mineral (na face oposta de onde a luz está sendo direcionada).   

  

BRILHO 

O brilho se refere à capacidade de um mineral refletir luz, quando a mesma é direcionada para sua superfície. O brilho não metálico é encontrado em minerais transparentes e translúcidos, e geralmente são divididos em: brilho adamantino (do diamante), vítreo (quartzo), perolado (micas), sedoso (gipsita), entre outros. Já o brilho metálico é entrado em minerais que são opacos e que contêm alto poder reflexivo, como a hematita.   

 

 

HÁBITO 

O hábito é referente ao formato, ou seja, morfologia predominante em que um determinado mineral é encontrado na natureza. O quartzo, por exemplo, é um mineral com hábito prismático (em forma de prisma), a pirita apresenta-se em formato de cubos acoplados, o berilo no formato de prismas com seis faces verticais, entre outras formas mais.  

 

 

Como referenciar este conteúdo:  

SILVA, Carolina Nunes da. Propriedades e Identificação de Minerais. Jovem Explorador, 18 fev. 2021. Disponível em: <http://www.jovemexplorador.iag.usp.br/?p=blog_propriedades-minerais>.