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Como um mineral é considerado uma Pedra Preciosa?

 

 

A Gemologia é a área da Geologia responsável pelo estudo de pedras preciosas, ou melhor, de gemas. As gemas, nada mais, nada menos, são minerais que, por conta de sua cor, brilho e transparência atraentes são consideradas pedras preciosas. Por estas propriedades, as gemas possuem um alto valor econômico, principalmente por conta de sua beleza e utilidades, mas também, à raridade de sua ocorrência na natureza, durabilidade e tamanho.   

Deve-se ressaltar que não é o mineral em si, propriamente dito, que faz uma pedra ser considerada preciosa, mas sim característicasespecíficas que deve ter. Isso significa que nem todo mineral, por mais raro que seja, é uma gema. Um exemplo é o mineral coríndon, que não é considerado uma pedra preciosa, a menos que seja formado em um ambiente que o permita atingir tamanho, transparência e cor adequados. Para que isso seja possível, as condições geológicas necessárias para que o mineral formado possa ter as qualidades de uma gema são bastante específicas, sendo, portanto, raro seus depósitos e ocorrência na natureza.  

Os depósitos de gemas, ou seja, o local onde são formadas, exigem condições de temperatura e pressão específicas e favoráveis à cristalização e à estabilidade do mineral. Em alguns casos, pouco se sabe sobre as circunstâncias necessárias para a formação de gemas.  O que se sabe é que elas precisam de espaço para crescer e, portanto, são frequentemente encontradas em cavidades ou "bolsos" em rochas.  Mas isso não é uma regra, já que há algumas gemas que ocorrem sem a necessidade de um espaço crítico. O tamanho da gema é importante, pois a mesma deve ser grande o suficiente para permitir lapidação ou escultura, e também deve ter um alto índice de transparência.   

Um dos principais processos que contribuem para um mineral ser considerado uma gema, com exceção do diamante, é ele ter concentrações apropriadas de um cromóforo que ressalte sua coloração (ou íon crômio, responsável pela cor do mineral). O coríndon, que é a gema rubi, é da cor vermelha porque há cargas ao redor do íon crômio que resultam em uma forte interação, induzindo uma absorção de alta energia. Dessa maneira, a energia que "sobra" acaba sendo baixa, resultando em uma transmissão na parte vermelha do espectro visível. O oposto ocorre na esmeralda, que é o mineral berilo. A interação ao redor do íon crômio é baixa, fazendo com que "sobre" mais energia, portanto a maior parte da transmissão ocorre em alta energia, na parte verde do espectro visível.   

A produção de pedras preciosas é relativamente de baixo custo e ocorre na maioria das vezes a partir de operações pequenas. Nem sempre há um protocolo desenvolvido ou até mesmo sistematização para a exploração e, na verdade, isso varia muito conforme a gema. No caso do diamante, que tem grande importância econômica e destaque, o cenário é o contrário. As técnicas usadas para a sua exploração incluem amostragem, processamento de minerais pesados, química mineral de indicadores, levantamentos magnéticos aéreos por meio da geofísica, entre muitos outros processos. 

As gemas, como qualquer outro produto, dependem da oferta e demanda para serem produzidas e custeadas, mas seu mercado tem se mantido constante ao longo do tempo, ao mesmo tempo que seus depósitos estão se esgotando. É aí que está a importância de incentivar novos estudos nessa área, que se mostra economicamente rentável.  Sua exploração e a gênese de seus depósitos precisam de repostas, isto é, novas pesquisas, para que as técnicas se desenvolvam ainda mais, uma vez que muito do que é conhecido ainda tem questões em aberto, que precisam ser decifradas ou verificadas.

 

 

Como referenciar este conteúdo:  

SILVA, Carolina Nunes da. O que são as Gemas?. Jovem Explorador, 28 fev. 2021. Disponível em: http://jovemexplorador.iag.usp.br/?p=blog_Gemas> 

 

 

 

Fontes Consultadas: 

GROAT, L.A., LAURS, B.M. Gem formation, production, and exploration: Why gem deposits are rare and what is being done to find them. Elements, v. 5, n. 3, p. 153-158, jun. 2009.