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Ainda hoje, as datas do surgimento do universo, do sistema solar, do planeta Terra e da vida são algo que intrigam a nossa ciência. Existem milhões de questões, com milhares de teorias que, infelizmente, explicam poucas coisas. Mas com os avanços tecnológicos, principalmente dos métodos de datação radioativa, algumas idades começaram a ser mais precisas, chegando aos números que temos hoje.

 

A datação radioativa é um método que calcula a idade absoluta de uma rocha ou mineral a partir da energia emitida por elementos radioativos. Cada um desses elementos sofre decaimento radioativo, perdendo seus átomos pela metade a cada intervalo de tempo conhecido. Sabendo o total de energia de um elemento e datando-se a energia atual, calcula-se a idade de formação da rocha ou mineral. Dessa forma trabalha a geocronologia.

 

A partir desse método, calculou-se a idade da Terra em 4,54 bilhões de anos. Mas fica a pergunta: se ainda não tinha nada formado no planeta, como algo foi datado?


Para calcular a idade da Terra, os cientistas partiram do princípio de que tudo que existe no sistema solar foi criado no mesmo instante com o chamado “Big Bang”. Portanto, o Sol, a Terra e até mesmo os meteoritos que caíram no planeta posteriormente, foram criados ao mesmo tempo. Com isso, ao datar elementos radioativos de um meteorito caído na Terra, como o chumbo (Pb), calculou-se a idade do planeta.

 

Entretanto, os cientistas encontram muita dificuldade para detalhar a história de formação do nosso planeta. Afinal, ele é muito dinâmico e as rochas que existiram há muito tempo, não mais existem atualmente. Então, como saberemos a idade da nossa primeira crosta continental ou da nossa primeira rocha? Como saberemos quando o planeta deixou de ser um globo quente e cheio de lava, para se tornar um globo mais frio, com uma crosta continental se formando?

 

Atualmente, a idade da nossa crosta é datada em 4,4 bilhões de anos, ou seja, somente 100 milhões de anos após a formação da Terra. Há somente um material que viu tudo isso acontecer. É muito pequeno - do tamanho do diâmetro de um fio de cabelo - e persistiu a todo o dinamismo da Terra. São minerais de zircão, que foram datados pelo método urânio/chumbo.

 

Obviamente, os zircões encontrados não estão na mesma rocha em que foram formados no início, pois ela já foi erodida. Mas os minerais acabaram constituindo novas rochas e foram encontrados em um conglomerado, uma rocha sedimentar, na região de Jack Hills, oeste da Austrália. Esses são considerados os pedaços mais antigos da nossa crosta continental.

 

A busca por novas descobertas movimenta a geocronologia, trazendo novas informações às pesquisas já realizadas, aprimorando os métodos e os resultados. Muitas novidades ainda virão. O que será que o futuro nos reserva?