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            Um dos principais indicadores do avanço do aquecimento global é o derretimento ou degelo do Ártico. A região próxima ao Polo Norte geográfico da Terra chama a atenção pela redução drástica nas últimas décadas de sua área coberta por gelo em diferentes estações do Hemisfério Norte. O monitoramento por meio de tecnologias como as imagens obtidas por satélite ressalta a preocupação e a necessidade de se elaborar planos para preservar as características locais.

            Quando discutimos sobre o Ártico, é comum nos depararmos com o termo permafrost. O permafrost nada mais é que um nome para as camadas de solo congeladas durante milhares de anos pelas temperaturas baixas mais extremas. É comum que no verão a parte mais rasa do permafrost se descongele, congelando novamente no inverno. Porém, o derretimento dessa camada tem aumentado e a recuperação de áreas descongeladas não aparenta ser mais a mesma. O gelo do Ártico se torna água e a temperatura não permite que ela atinja sua fase sólida novamente.

            Outro ponto importante é que, durante o degelo do permafrost, há a liberação de carbono para a atmosfera. Com isso, há a formação de dióxido de carbono (CO2), um dos gases responsáveis pelo aumento do efeito estufa. Portanto, há uma retroalimentação conhecida como efeito feedback positivo, que já foi detalhado anteriormente em um dos posts do nosso site.

           Nas figuras abaixo, a linha roxa representa a média da extensão das geleiras árticas em relação aos anos de 1981 a 2010. A imagem da esquerda representa o Ártico no auge do inverno, no mês de março. Já a figura da direita representa o maior derretimento esperado, no auge do verão em setembro. Como é indicado nas legendas superiores, o registro em branco é do ano de 2019, no qual a área total no inverno reduziu quase 1 milhão de quilômetros quadrados comparados à média anterior, e no verão este número foi mais de 2 milhões de quilômetros quadrados na média.  

Redução na extensão de área de gelo esperado para o Ártico nas estações do verão e do inverno.

É importante lembrar que no ano de 1981 já existiam preocupações com o impacto humano sobre o Ártico, então os efeitos do aumento da temperatura no extremo Norte do planeta são avassaladores. Com os dados existentes, é possível afirmar que até o fim do século atual o Ártico não terá mais áreas congeladas durante o verão. Com isso, existem novas implicações políticas e ambientais para todos os países do mundo, tanto os que cercam a região, como o Canadá, a Rússia e o território da Groenlândia, quanto outros, que podem ser afetados, por exemplo, pelo aumento do nível do mar com o maior volume de água global.

 

Como referenciar este conteúdo: 

BRAZ, Laura H. T. Derretimento do Ártico. Jovem Explorador, 31 mai. 2023. Disponível em: .

 

 

Fontes consultadas:  

ALVES, José Eustáquio D. O degelo do Ártico e as emissões do permafrost. EcoDebate, 22 jan. 2020. Disponível em: . Acesso em: 20 mai. 23.

CABRAL, Luciano C.; REI, Fernando C. F. As mudanças climáticas e um novo olhar sobre o Ártico. A produção do saber, v. 48 n. 136, p.33-46, nov. 2022.