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A Classificação Química dos Minerais 

Existem mais de 4.000 espécies de minerais conhecidas. A categorização de minerais é um dos métodos que facilita sua pesquisa e identificação. Foi observado que minerais que têm o mesmo radical aniônico dominando sua fórmula química (parte negativa da molécula mineral básica: por exemplo, cloreto, fosfato, sulfato, silicato, etc.) tendem a ocorrer no mesmo ambiente geológico ou em ambientes geológicos semelhantes, fazendo com que tenham características muito semelhantes. Dessa forma, a composição química é a base de uma das classificações de minerais mais comumente usadas hoje.  

Como o silício é o elemento químico mais abundante na Terra, seu radical aniônico é o principal componente dos minerais. Junto com o oxigênio, ele forma os silicatos (cerca de 90% dos minerais pertencem a esse grupo), compostos por um átomo de silício e quatro átomos de oxigênio, formando um tetraedro de sódio. Esses tetraedros podem se unir e formar diferentes estruturas atômicas, dando origem a diferentes minerais de silicato. Devido a esta característica de abundância, a classificação mineralógica usual distingue-se entre silicatos e não silicatos.   

Sem contar o grupo dos silicatos, existem 12 classes minerais, identificadas a partir do grupo predominante de ânions. Vamos conhecer as principais classes?  

  

ELEMENTOS NATIVOS: 

São minerais que existem naturalmente como elementos não ionizados, ou seja, puros, sem radical aniônico. Possuem somente um elemento químico em sua fórmula. No estado nativo (com exceção dos gases livres da atmosfera) existem cerca de 20 elementos que podem ser divididos em metais, semimetais e não metais.  

Os metais nativos têm uma estrutura atômica simples e consistem em três grupos: o grupo do ouro (ouro, cobre, prata e chumbo); o grupo da platina (platina, paládio, irídio e ósmio) e um grupo de ferro que inclui ferro e ferro-níquel. Semimetais nativos têm propriedades físicas semelhantes e são frágeis, não sendo bons condutores de calor e eletricidade. Finalmente, os polimorfos de enxofre e carbono, como o diamante e o grafite, representam os não metais. Ao contrário de outros elementos nativos, suas estruturas diferem e têm propriedades físicas bem diferentes.

 

 

SULFETOS E SULFOSSAIS: 

Os sulfetos são uma classe importante de minerais, pois a maior parte dos minérios são dessa família. Sua fórmula geral é XmZn, onde X representa mineral metálico e Z representa o não metálico). A grande maioria desses minerais é opaca com cores claras e linhas coloridas características. Os sulfetos mais comuns são a pirita (FeS2) e galena (PbS). Os Sulfossais são um tipo de mineral de enxofre que não foi oxidado e é estruturalmente diferente do sulfeto.   

 

 

ÓXIDOS: 

Os óxidos são uma classe de grande importância econômica, pois graças a eles é possível extrair muitos minérios utilizados na indústria e em aplicações tecnológicas. Eles são minerais relativamente densos. Em sua composição, o oxigênio se combina com um ou mais metais, dividindo-se em óxidos únicos e muitos óxidos.  

Óxidos simples são aqueles que consistem em apenas um metal e oxigênio. Eles têm diferentes relações X: O, como XO, X2O, X3O. Por outro lado, muitos óxidos têm dois átomos de metal não equivalentes e são mostrados como XY2O4. Além disso, a classe de óxidos pode ser dividida em 3 grupos com base em sua estrutura. São eles: grupo hematita (X2O3), grupo espinélio (XY2O4) e grupo rutilo (XO2 exceto SiO2).  

Exemplos de óxidos onde a extração de minério é possível: hematita, magnetita, ferro, manganês e estanho.  

 

 

HIDRÓXIDOS: 

Minerais pertencentes à classe dos hidróxidos tendem a ter dureza e densidade menores do que os óxidos. Os minerais desse grupo são caracterizados pela presença de moléculas de hidroxila (OH) - ou H2O em sua estrutura.   

 

 

SULFATOS: 

A classe do sulfato consiste em minerais cuja unidade básica é o íon sulfato (SO4) -2.   

 

 

HALETOS: 

Os minerais que compõem esta classe de minerais são caracterizados pelo domínio dos íons Cl-, Br-, F-, I-. Sua dureza é relativamente baixa e possui altos pontos de fusão. Eles também são maus condutores de calor e eletricidade de estado sólido. Esta classe de minerais pode ser dividida em cloretos, brometos, fluoretos e iodetos. Halita (NaCl), sal de cozinha, cloreto de potássio e fluorita (CaF2) são exemplos comuns de halogenetos.

 

 

CARBONATOS:   

A classe dos carbonatos inclui minerais cujo principal complexo aniônico é (CO3) -2. Na presença do íon hidrogênio, os carbonatos se tornam instáveis e se decompõem em dióxido de carbono e água.   

 

SILICATOS:

Além dessa classe de minerais incluir os minerais formadores de rocha, outro fator que aponta para a importância de seu estudo é que o solo (de onde é obtida nossa alimentação) e os materiais de construção como tijolos, pedras, concreto e vidro, são compostos principalmente de silicatos. O principal ânion desses minerais é o (SiO4) -4, que se organiza na forma de um tetraedro.   

 

Como referenciar este conteúdo:

SILVA, Carolina Nunes da. Classificação Mineral. Jovem Explorador, 1 dez. 2020. Disponível em: <http://jovemexplorador.iag.usp.br/?p=blog_classificacao-mineral>

 

Fontes consultadas: 

Classificação Química dos Minerais. Museu de Ciência e Técnica da Escola de Minas. Disponível em: <https://mct.ufop.br/classifica%C3%A7%C3%A3o-qu%C3%ADmica-dos-minerais-0>. Acesso em: 10 de mar. 2021.  

KLEIN, Cornelis. DUTROW, Barbara. Manual de Ciência dos Minerais 23ª Ed. 2012; 

LADEIA, Rafael. Classificação Química dos Minerais. Sobre Geologia. Disponível em: <https://www.sobregeologia.com.br/2016/12/mineralogia-classificacao-quimica-dos.html>. Acesso em: 3 de mar. 2021.  

LADEIA, Rafael. Minerais Silicatos. Brasil Escola. Disponível em: <https://meuartigo.brasilescola.uol.com.br/geografia/minerais-silicatos.htm>. Acesso em: 5 de mar. 2021.  

PRESS, F.; GROTZINGER, J.; SIEVER, R.; JORDAN, T. H. Para Entender a Terra. Tradução: MENEGAT, R. (coord.). 4a edição. Porto Alegre: Bookman, 2006.