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Os minerais têm uma ordem de formação? 

 

 

O resfriamento e a cristalização de um magma podem ser divididos em diferentes estágios, baseados principalmente na temperatura e na concentração dos elementos voláteis que estão presentes. Quando o magma começa a resfriar, a maior parte dos elementos químicos presentes nele começam a formar ligações químicas e cristalizarem na forma de minerais. Esta cristalização se inicia quando há uma queda da temperatura no magma abaixo de um valor crítico, que varia com a composição do magma e também, e em menor escala, com a pressão. A cristalização não é total, isto é, não ocorre ao mesmo tempo, e sim durante um longo intervalo de temperatura, originando minerais numa determinada sequência. Esta sequência é determinada por dois fatores principais: a termodinâmica do processo de cristalização e a composição do magma que está cristalizando.  

O primeiro fator foi estudado por um cientista chamado Norman Bowen, nascido em 1887 no Canadá, que examinou o comportamento dos magmas e a cristalização dos minerais entre os anos de 1920 e 1950. Com base nas suas experiências laboratoriais, Bowen definiu, para um magma primário (original e homogeneo), a sequência de formação dos minerais, que foi designada Série de Bowen, após ter sido observado que os minerais não cristalizavam (surgiam) todos ao mesmo tempo. Primeiro, são cristalizados os minerais de maior ponto de fusão e densidade, e depois os restantes, por ordem decrescente do respectivo ponto de fusão. Dessa forma, a cristalização dos minerais durante o resfriamento de um magma segue, de maneira geral, uma sequência determinada, que se pode dividir em dois grandes ramos: o denominado ramo descontínuo (minerais ferro-magnesianos; olivina – piroxênio – anfibólio – mica) e o ramo contínuo (plagioclásios cálcicos e sódicos; anortitabitownitaandesinalabradorita – albita), que convergem para um destino comum, a cristalização do feldspato potássico e do quartzo, sempre os últimos a cristalizar.   

A série descontínua tem esse nome pois, conforme a temperatura diminui, o mineral anteriormente formado em outra temperatura se transforma, formando um mineral com uma nova composição química e estrutura interna diferente. Todos os minerais desta série possuem ferro e magnésio, e a cada formação mineral dessa sequência, o magma que os originaram fica cada vez mais pobre nesses dois elementos químicos: após a primeira cristalização, a da olivina, a composição do magma já fica relativamente pobre em ferro e magnésio. A olivina, já formada, reage com o magma (líquido residual) formando o piroxênio, que também reage com o líquido residual, formando o anfibólio, e de novo empobrecendo o magma mais uma vez em ferro e magnésio. Se ainda houver magma após a cristalização da anfíbola, e a temperatura continuar a decrescer, o mineral a formar-se é a biotita, sendo o último mineral dessa sequência ferro-magnesiana a cristalizar. Resumindo: cada mineral da série é substituído pelo próximo da sequência enquanto o magma vai resfriando.   

Já a série denominada contínua tem uma única família de minerais, os plagioclásios (tectossilicatos da família dos feldspatos). Os plagioclásios são minerais constituídos por alumínio, sílica e com percentagens variáveis de sódio e cálcio. O primeiro mineral que se cristaliza nessa série é a anortita, com alto teor de cálcio. Com a diminuição da temperatura, ela é substituída por outras variedades de plagioclásios, ricos em sódio: bytownita, andesina, labradorita e albita.   

À medida que a temperatura continua a cair, as séries contínuas e descontínuas se fundem e mais minerais cristalizam-se na seguinte ordem: feldspato alcalino, moscovita e quartzo.  

A representação gráfica da Série de Bowen nos permite visualizar a ordem em que os minerais irão se cristalizar de acordo com o resfriamento do magma, a depender da sua composição química. Os minerais superiores são os primeiros a se formar com o resfriamento do magma e os minerais inferiores, por último.

 

 

 

Como referenciar este conteúdo:  

SILVA, Carolina Nunes da. A Série de Bowen. Jovem Explorador, 30 jan. 2021. Disponível em: blog_Bowen> 

 

 

 

Fontes consultadas:   

A Série de Bowen. Ígnea Geologia & Meio Ambiente, 8 jun. 2018. Disponível em: . Acesso em: 21 de jan. 2021.   

A Série Reação Bowen Em Geologia. Les Kanaris. Disponível em:. Acesso em: 25 de jan. 2021.  

FIGUEIREDO, João. Série de Bowen. Knoow, 16 jan. 2019. Disponível em: ciencterravida/geologia/serie-de-bowen/>. Acesso em: 21 de jan. 2021.   

Série de Bowen: o que são, séries descontínuas e contínuas. Maestro Virtuale. Disponível em: bowen-o-que-sao-series-descontinuas-e-continuas/>. Acesso em: 21 de jan. 2021.