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Para desvendar os segredos da Terra, a Geologia Estrutural e a Geotectônica são ramos fundamentais. Enquanto a Geotectônica se concentra no estudo da arquitetura e movimentação das placas litosféricas que compõem a superfície terrestre, a Geologia Estrutural é responsável por investigar as deformações nas rochas, considerando as forças que atuam sobre elas e o arranjo geométrico resultante dessas forças, sendo essa análise importantíssima para a exploração de recursos naturais, como petróleo e minerais, e também para a compreensão da estabilidade de encostas em áreas propensas a deslizamentos de terra. 

Na Geologia Estrutural, a análise geométrica estuda as formas dos corpos rochosos em três dimensões; a análise cinemática se concentra no movimento da litosfera e dos corpos rochosos quanto às deformações e por fim, a análise dinâmica investiga as forças envolvidas na deformação das rochas, incluindo as forças tectônicas que moldam a crosta terrestre. 

Dentro do campo da Geologia Estrutural, é importante entender as diferentes estruturas geológicas e sua origem. As estruturas primárias são aquelas que se formam como consequência dos processos de formação da rocha. Em rochas ígneas podemos considerar por exemplo, intrusões tabulares, plútons e extrusões de lavas, enquanto em rochas sedimentares consideramos o acamamento (estratificação primária) e marcas de superfície, como ondulações e marcas de chuva, que ocorrem e marcam a rocha antes de ser consolidada. Por outro lado, as estruturas secundárias se formam após a formação inicial da rocha, muitas vezes devido a processos como ação da gravidade, variações de densidade, pressão de fluidos e impacto.  As estruturas tectônicas secundárias são aquelas que se formam devido a esforços tectônicos (deformacionais). 

As discordâncias são características importantes em Geologia Estrutural. Elas podem ser classificadas em três tipos principais: não-conformidade, que ocorre quando camadas sedimentares são depositadas sobre rochas cristalinas (ígneas ou metamórficas) mais antigas; desconformidade, que indica um período de não deposição de rochas sedimentares e/ou erosão, com camadas acima e abaixo da discordância apresentando idades diferentes; e a discordância angular, que apresenta camadas de rochas com orientações angulares diferentes, sugerindo um período de tectonismo ativo que deformou algumas dessas camadas.  

As deformações nas rochas podem ser categorizadas quanto ao tipo. A deformação compressiva envolve o encurtamento de uma região, muitas vezes associado à convergência de placas tectônicas. A deformação extensional, por outro lado, envolve o alongamento de uma região, frequentemente relacionado à divergência das placas. Já a deformação transcorrente não envolve compressão ou extensão significativa, mas sim deslizamento lateral, como ocorre ao longo de falhas transformantes. 

A distribuição da deformação é outra característica importante a ser considerada. A deformação penetrativa ocorre em todo o corpo rochoso na escala de observação, afetando amplamente a rocha. Em contraste, a deformação localizada se limita a uma região definida, enquanto a deformação discreta aparece como feições isoladas no contexto das rochas circundantes. 

Nas regiões onde predominam regimes de deformação rúptil, onde a rocha perde sua coesão, encontramos estruturas como falhas, que são planos ao longo dos quais ocorreu deslocamento relativo das rochas, estrias de falha, conhecidas como slikensides, que são marcas deixadas ao longo das falhas devido ao atrito entre os blocos rochosos, juntas que são fraturas sem deslocamento significativo, veios, que são fraturas que foram preenchidas por minerais, e clivagem, que é a tendência das rochas a se dividirem ao longo de planos paralelos. 

em regiões onde predomina o regime dúctil, destacam-se as dobras, que são curvaturas nas camadas rochosas resultantes de pressões tectônicas, o bandamento, que se refere à orientação preferencial das camadas rochosas, a xistosidade, que é a tendência das rochas a se dividirem em lâminas, a foliação, que envolve a orientação preferencial de minerais em camadas, e a lineação, que é a orientação preferencial de minerais que geram feições alongadas nas rochas. 

 Esses são conceitos e categorias fundamentais na Geologia Estrutural e contribuem para a nossa compreensão da dinâmica do planeta Terra. 

 

Como referenciar este conteúdo:  

SILVA, Carolina Nunes da. O que é Geologia Estrutural?. Jovem Explorador, 10 set. 2023. Disponível em: blog_geologia-estrutural>. 

 

 

 

Fontes consultadas:   

FOSSEN, Haakon. Geologia Estrutural. 2ª ed. São Paulo: Oficina de Textos, 2018. ISBN 978-85-7975-283-4. 

 

PRESS, F.; GROTZINGER, J.; SIEVER, R.; JORDAN, T. H. Para Entender a Terra. Tradução: MENEGAT, R. (coord.). 4a edição. Porto Alegre: Bookman, 2006.  

 

TEIXEIRA, Wilson et al. (Orgs.) Decifrando a Terra. 2º ed. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 2009.