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O El Niño é um evento causado pela interação anômala entre a atmosfera e o oceano. Por anomalia, em climatologia entende-se que são fenômenos associados a vlaores acima ou abaixo da média climatológica, que é calculada com pelo menos 30 anos de dados numa série temporal. Por ser um evento anômalo, o EL Niño ocorre eventualmente. Sendo assim, para entendermos o que o El Niño representa, precisamos antes saber o que acontece quando a interação da atmosfera com o oceano é normal.

Em anos coniserados normais, isto é, quando não há presença de El Niño ou seu oposto, evento La Niña, na zona Equatorial do Oceano Pacífico, os ventos alísios, que são ventos que sopram de leste para oeste, impulsionam as águas quentes da superfície do oceano para o oeste. Seria difícil adivinhar, então, que o nível do mar no lado oeste fica mais alto e mais quente que o lado leste? Não! Isso realmente acontece, e o lado oeste é aproximadamente 70 centímetros mais alto que o lado leste! E não é só isso: nessa situação em que a intensidade dos ventos alísios é normal, a costa oeste do Oceano Pacífico é uma região onde chove bastante e o tempo muda muito, enquanto que a costa leste é uma região com tempo calmo e estável.

O fenômeno El Niño é o aquecimento anômalo (ou seja, acima da média em pelo menos 2,5 ºC) das águas superficiais do Oceano Pacífico Equatorial. Na ocorrência deste evento, os ventos alísios são mais fracos e isso causa diminuição da diferença entre os níveis da água do oeste e do leste, ou seja, parte da camada de água mais quente do oeste se desloca para leste, atingindo a costa do Peru. Em decorrência disto, as chuvas abundantes do oeste, próximo à Indonésia, também se transportam para leste e, depois, para a costa Oeste da América do Sul. Os episódios de El Niño têm, em valores médios, frequência de 2 a 7 anos (repetem-se a cada 2 a 7 anos), duração de 12 a 18 meses entre seus primeiros sinais e sua dissipação e suas consequências afetam a distribuição de chuvas e da temperatura de diversas regiões do mundo, causando secas, enchentes e outras anomalias. Em suma, em climatologia dinâmica, diz-se que o El Niño provoca efeitos remotos, ou à distância. Isto ocorre porque as áreas aquecidas dos oceanos produzem a ascenção de ar úmido para toda a atroposfera na região, produzindo então alterações na circulação do ar em grandes escalas.

 

Curiosidade: O El Niño é um fenômeno muitas vezes temido por parte da população no Brasil. Geralmente, quando vemos reportagens sobre esse assunto na TV ou nos jornais, o fenômeno é visto como um vilão que traz problemas para o nosso país. Apesar de tudo isso, é importante esclarecer que nem o evento em si e nem as suas consequências seguem um padrão ao longo de seus registros. Existem eventos de El Niño mais fortes do que outros. Seus efeitos às vezes são bons e às vezes ruins e, aparentemente, não dependem da intensidade do El Niño. Quando ocorre um El Niño, podemos observar um aumento considerável da quantidade de chuvas na região Sul do país, principalmente na primavera e do fim do outono ao começo do inverno. Este aumento de chuvas pode significar enchentes e prejuízos para a agricultura da região. Nas Regiões Sul Sudeste, ocorre aumento da temperatura e inverno mais ameno. Em São Paulo, por exemplo, pode ou não ocorrer aumento no índice da precipitação e não há um padrão estabelecido. Como você já deve ter visto em algum noticiário, no leste da Amazônia e em grande parte do Nordeste do Brasil ocorre grande falta de chuva. Este problema afeta tanto a economia destes locais, que dependem razoavelmente da pesca e da agricultura, quanto o fornecimento de energia e água para os habitantes e também para os animais.