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PARTE II

 

Na parte um do texto, foram apresentados problemas futuros e atuais que a agricultura pode enfrentar pela presença das mudanças climáticas. Em continuação, é pertinente tratar alguns detalhes sobre o assunto em escala nacional e discutir as possíveis soluções. 

Os moradores do Rio Grande do Sul podem estar mais acostumados com o tema, pois o estado enfrenta já há alguns anos uma baixa em sua produtividade de soja, um dos principais produtos que move sua economia. Safras menores, como a da laranja em São Paulo, também já foram constatadas. No aspecto de segurança alimentar, não somente da produção, estão em risco a qualidade nutricional e a drástica mudança dos preços dos alimentos, aumentando a desigualdade em seu acesso e, por conseguinte, a fome.  

Um dos maiores obstáculos para enfrentar os problemas do agronegócio em grande e pequena escala nos próximos anos é o negacionismo. As mudanças climáticas causadas por ações humanas, ainda que sejam confirmadas há décadas e um consenso na comunidade científica internacional, muitas vezes são incompreendidas por personalidades importantes para a tomada de decisões políticas. Negacionismo é o nome que se dá à essa corrente de pensamento que nega a possibilidade de que mudanças climáticas produzidas pelas atividades humanas estão alterando de forma drástica o clima do planeta. Tendo isto em vista, a corrente de pensamento que combate o negacionismo climático se vale de estudos científicos e da divulgação científica dos seus resultados, que são apresentados como os primeiros passos para se chegar a possíveis soluções do problema.

Nesse contexto, não é apenas com o desenvolvimento de novas tecnologias que a agricultura pode combater os efeitos das mudanças climáticas. Ainda que a ideia de inovações, como as sementes transgênicas que são vendidas com o intuito de ir contra às mudanças climáticas mais intensas, seja interessante, um importante ponto é levar em consideração agricultores de pequeno e médio porte de produção. A agricultura familiar pode ser fortalecida através da restauração da biodiversidade.

Com a diversificação da produção e ideias que priorizem o sequestro de carbono das plantações, por exemplo, pretende-se compensar os altos níveis de gás carbônico produzidos pelo setor alimentício. Um exemplo é o banco de sementes do Programa Nacional de Sementes e Mudas para a Agricultura Familiar (PNSMAF), realizado em 2016. Através de uma separação artificial pelas famílias de agricultores nordestinos das melhores e mais resistentes sementes, o experimento obteve alto impacto no plantio das chamadas sementes crioulas.  

 

 

Como referenciar este conteúdo:  

BRAZ, Laura H. T. Aquecimento global e agricultura. Jovem Explorador, 10 jul. 2023. Disponível em: . 

 

 

 

Fontes consultadas: 

ASSAD, Eduardo. O que um dia era estimativa, hoje é realidade. Jornal da UNICAMP, 27 jul. 2022. Disponível em: <https://www.unicamp.br/unicamp/ju/artigos/o-que-um-dia-era-estimativa-hoje-e-realidade>. Acesso em: 31 mai. 23. 

CALOR prejudicará agricultura e aumentará pobreza no Brasil, alerta ONU. Observatório do Clima, 19 out. 2018. Disponível em: <https://www.oc.eco.br/calor-prejudicara-agricultura-e-aumentara-pobreza-no-brasil-alerta-onu/>. Acesso em: 29 mai. 23. 

 

MACÁRIO, Carol. Relação entre aquecimento global e agricultura pode aumentar fome nos próximos 30 anos. Lupa, 28 jul. 2021. Disponível em: <https://lupa.uol.com.br/jornalismo/2021/07/28/aquecimento-global-agricultura>. Acesso em: 31 mai. 23. 

SOUZA, Luiz P. Aquecimento global: agricultura e sal podem ser a solução. Veja, 24 abr. 2023. Disponível em: <https://veja.abril.com.br/agenda-verde/aquecimento-global-agricultura-e-sal-podem-ser-a-solucao>. Acesso em: 31 mai. 23.