
Sabe-se que as rochas sedimentares são formadas através do intemperismo, erosão, transporte, deposição e, finalmente, consolidação de sedimentos provindos de rochas preexistentes como metamórficas, ígneas e até mesmo de sedimentares. O critério de classificação das rochas sedimentares inclui principalmente seu tamanho granulométrico, cujo identificar seu ambiente de deposição assume extrema relevância para auxiliar a entendermos os processos envolvidos na sua sedimentação e transformação em rocha.
Já de acordo com o seu ambiente de sedimentação (deposição), os sedimentos podem ser divididos em continentais e fluviais. Neste post, conheceremos os ambientes de sedimentação continental. São eles:
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A) Fluvial: a partir da atividade de rios. Durante seu percurso, os rios tendem a diminuir sua força, passando de um meio de transporte de alta energia para baixa energia ao sair de áreas de alto declive para baixo (planícies de inundação). Os sedimentos fluviais podem ser transportados por suspensão (geralmente para grãos mais finos, como argila e silte); rolamento e saltação (grãos mais grossos) e tração, que é simplesmente a corrente da água empurrando o detrito. De maneira geral, podemos resumir esse ambiente nas seguintes características:
Agente de transporte dos sedimentos: Água.
Textura-Granulometria encontrados: Argila até Matacão.
Estrutura sedimentar possível: Estratificação plano-paralela.
Pode gerar rochas sedimentares do tipo: Conglomerado.
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B) Lacustre ou Lagunar: através da atividade de lagos. Os lagos costumam ter os mesmos aspectos de sedimentação de ambientes marinhos, porém no continente e em escala reduzida. Isso porque, ambos têm os mesmos tipos de sedimentos: clásticos, químicos e biogênicos, além de deltas, ondulações sedimentares submarinas e provindas de correntes de turbidez, que circulam em seu fundo. Outras características, como a precipitação de sais, são típicas de lagos. Podemos resumir esse ambiente nas seguintes características:
Agente de transporte dos sedimentos: Água.
Textura-Granulometria encontrados: Argila, Silte e Areia.
Estrutura: sedimentar possível: Estratificação.
Pode gerar rochas sedimentares do tipo: Arenitos e Siltitos.
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C) Desértico: através da atividade eólica. A sedimentação em ambientes eólicos ocorre a partir da diminuição da velocidade do vento, selecionando as partículas de acordo com seu tamanho e densidade. Geralmente, há predominância de grãos de areia de quartzo. As partículas menores que 50 mícrons são levadas pelo vento, pois sua velocidade de queda livre sofre uma brusca diminuição em relação às partículas maiores. Os depósitos eólicos podem ter natureza variável, podendo provir de explosões vulcânicas, de áreas periglaciais, de praias ou ambientes fluviais e regiões áridas.
Sendo o vento constante numa determinada direção, haverá uma deposição contínua, e na presença de obstáculos em sua passagem podem se originar elevações chamadas de dunas, que também podem ser geradas na ausência de obstáculos, ganhando o nome de dunas verdadeiras. Podemos resumir esse ambiente nas seguintes características:
Agente de transporte dos sedimentos: Vento.
Textura-Granulometria encontrados: Areia.
Estrutura sedimentar possível: Estratificação Cruzada.
Pode gerar rochas sedimentares do tipo: Arenito.
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D) Leque aluvial: através da gravidade e rios. Nesse ambiente o depósito de sedimentos ocorre no sopé das montanhas, recebendo a designação de depósito de piemonte. São também chamados de cones ou leques aluviais, possuindo a forma de um leque, pelos sedimentos terem se transportado de regiões de alto declive para áreas planas de baixo declive. Em regiões semi-áridas, graças à ausência de intemperismo químico, pode semelhar-se a um tilito (rocha de ambiente glacial), pelos tamanhos diversos dos grãos e falta de estratificação. Podemos resumir esse ambiente nas seguintes características:
Agente de transporte dos sedimentos: Gravidade, Água.
Textura-Granulometria encontrados: Argila a Cascalho.
Pode gerar rochas sedimentares do tipo: Argilito a Conglomerado.
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E) Glacial: através da atividade do gelo. Em ambientes glaciais o intemperismo químico é praticamente ausente, predominando o intemperismo físico. Uma característica desse meio é a presença de estrias (marcas de arrastamento, parecidas com arranhões) nos seixos, que podem ser ou facetados ou esféricos. Enquanto em climas úmidos minerais como feldspatos e micas são destruídos, em climas frios e secos eles permanecem em equilíbrio, e encontrá-los em estruturas como Loess (formadas através da pulverização mecânica de rochas) pode ser um indicativo de ambiente glacial. Além disso, em ambiente glacial formam-se os tilitos, rocha formada pelo acúmulo dos detritos transportados por uma geleira e os varvitos, que são depósitos de sedimentos geralmente formados em lagos situados às margens de geleiras. Podemos resumir esse ambiente nas seguintes características:
Agente de transporte dos sedimentos: Gelo.
Textura-Granulometria encontrados: Argila até Matacão.
Pode gerar rochas sedimentares do tipo: Argilito até Conglomerado -
- 11/03/2025 17:50
- Autor: Carolina Nunes da Silva
- Geologia