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El Niño e La Niña são os nomes dados, respectivamente, ao aquecimento excessivo ou resfriamento excessivo das águas do Oceano Pacífico Equatorial (ou seja, porção do Oceano Pacífico próxima à linha do equador). Assim como o El Niño, La Niña é um evento causado pela interação anômala entre a atmosfera e o oceano. Sendo assim, para entendermos o fenômeno La Niña, precisamos antes saber o que acontece quando a interação da atmosfera com o oceano ocorre sem anomalias (quer dizer, sem fugir ao padrão climático normal de longo prazo).

Normalmente, quando não há presença de El Niño ou La Niña na zona Equatorial do Oceano Pacífico, os ventos alísios, que são ventos que sopram de leste para oeste, impulsionam as águas normalmente quentes da superfície oceânica. Seria difícil adivinhar, então, que o nível do mar no lado oeste fica mais alto e mais quente que o do lado leste? Não! Isso realmente acontece, e o lado oeste do Oceano Pacífico, próximo à costa leste da Austrália e Oceania, é aproximadamente 70 centímetros mais alto que o lado leste! E não é só isso: nessa situação em que a intensidade dos ventos alísios é normal, a costa oeste do Oceano Pacífico é uma região onde chove bastante e o tempo muda muito, enquanto que a costa leste (isto é, na costa oeste da América do Sul) é uma região com tempo calmo e estável.

Em oposição ao El Niño, La Niña é o resfriamento anômalo (foge da média climática por alguns graus Celsius) das águas superficiais do Oceano Pacífico Equatorial. Em temporadas de sua ocorrência, os ventos alísios de leste se fortalecem. Como você pode imaginar, o desnível da água no lado leste do Oceano Pacífico, em relação ao lado oeste, fica ainda maior, porque mais água se acumula neste local do que o normal! A intensificação dos ventos também faz com que as características climáticas das duas costas fiquem mais intensas do que são usualmente. Desta forma, o lado oeste apresenta atmosfera ainda mais instável e o lado leste ainda mais calmo e estável. No Oceano Pacífico Leste, ocorre aumento da ressurgência, que é a afloração de águas mais frias e profundas na superfície. Com isto, um número maior de nutrientes sobe até a superfície (águas frias são mais ricas em nutrientes), influenciando as formas de vida presentes nos oceanos. O evento também tem frequência de 2 a 7 anos como a do El Niño, porém sua duração é menor, em média de 9 a 12 meses. Assim como o El Niño, também não possui padrão definido com relação à sua intensidade e aos impactos que provoca no clima de regiões remotas, mas segundo estudos feitos por meteorologistas e climatologistas, possui variação ainda maior entre uma ocorrência e outra do que o El Niño. No Brasil, o maior impacto causado é a diminuição de chuvas na Região Sul e aumento no leste do Amazonas e em algumas partes do extremo nordeste do país.