
As estruturas sedimentares são formas que podem ser geradas antes (pré-deposicionais), no momento (sindeposicionais) e depois (pós-deposicionais) da deposição de sedimentos. Essas estruturas são importantes pois auxiliam no entendimento das condições e processos ocorridos no ambiente de deposição sedimentar. Tais processos podem resultar de mecanismos físicos, químicos e biogênicos.
Entre as estruturas pré-deposicionais, ou seja, aquelas que se formam na superfície das ocorrem na superfície inferior (sola) das camadas, sendo principalmente erosivas, temos:
Contramarcas de sulcos: são cristas alongadas sobre a superfície inferior das camadas, variando em largura desde poucos milímetros até dezenas de centímetros.
Turboglifos: são formas de escavações assimétricas que ocorrem contra a corrente, resultado da ação de turbilhonamento da corrente de fundo.
Marcas de objeto: formam-se a partir da movimentação de objetos transportados pela corrente que entra em contato com a superfície de sedimentação. Costumam revelar a direção da corrente.
Canais: são estruturas amplas, com extensão variada ocasionado em locais de transporte de sedimentos através da água por períodos relativamente longos.
Já as estruturas deposicionais ou sindeposicionais são caracterizadas por estratificações, laminação, além de marcas de ondas e gretas de ressecamento.
Estratificação ou acamamento é uma feição relacionada à formação de camadas paralelas de diferentes larguras, dependendo do grão que a compõe,, indicando indicando sucessivas superfícies deposicionais e a sua direção.
Estratificação cruzada: consiste em estratificações em formato cruzado, depositadas pelo vento ou pela água de rios, sobre a qual as camadas se apresentam inclinadas em relação à uma base horizontal, resultado da deposição de grãos de maneira inclinada no sentido da corrente.
Estratificação “espinha de peixe”: são estruturas relacionadas às marés, semelhantes às estratificações cruzadas, porém indicando a mudança no sentido da corrente, gerando um aspecto de “trança”.
Estratificação gradacional: comum no talude continental e marinho profundo, no qual os sedimentos são variados e depositados por corrente de fundo chamada corrente de turbidez. Geralmente, os grãos mais densos se organizam na base da estratificação, enquanto os mais leves no topo, ocorrendo pela diminuição da energia da corrente. Dependendo da dinâmica de deposição, isso pode se inverter, ficando na base sedimentos mais finos e no topo sedimentos mais grossos, ocasionados por fluxo de detritos.
Marcas onduladas: são ligadas a presença de água e quando as ondas impressas são assimétricas podemos identificar o sentido da corrente.
Gretas de contração: são relacionadas a camadas argilosas expansivas, que quando secam geram fraturas de ressecamento, que posteriormente podem ser preenchidas por um material mais grosso. Pingos de chuva podem ficar impressos em materiais argilosos também.
Além disso, para finalizar, temos as estruturas pós-deposicionais. São elas:
- Escorregamentos e deslizamentos, formando brechas e camadas contorcidas.
- Camadas convolutas descrevem estruturas de deformação plástica. Isso ocorre a partir de sedimentos inconsolidados saturados em água, que passam a se comportar como fluídos e deformam-se a partir de pressão.
- Diques de arenito (diques clásticos): são injeções verticais de areia penetrando em
camadas superiores ou inferiores.
- Bioturbações: são feições características a partir da atividade biológica, que produz icnofósseis que podem ser conservados nas rochas.
- Estruturas químicas compreendem concreções, nódulos, estilolitos, etc.
Como referenciar este conteúdo:
SILVA, Carolina Nunes da. Fáceis e Estruturas Sedimentares. Jovem Explorador, 01 jan. 2023. Disponível em: <http://www.jovemexplorador.iag.usp.br/?p=blog_faceis-sedimentares>.
Fontes consultadas:
TEIXEIRA, Wilson et al. (Orgs.) Decifrando a Terra. 2º ed. S&ati
- 15/03/2025 03:02
- Autor: Carolina Nunes da Silva
- Geologia