Você já ouviu falar em anticiclone? Tem uma ideia do que seja, mas não sabe a fundo? Ou não faz nem ideia do que seja? Bom, para entendermos esse tipo de movimento do ar ( - Olha, você que não fazia ideia, agora já sabe que é um tipo de movimentação do ar!), é preciso entender algumas relações. Comecemos, então, com a incidência dos raios do Sol sobre a Terra. A intensidade da radiação solar ao longo da superfície da Terra é distinta em diferentes regiões do planeta, ou seja, algumas regiões recebem mais radiação do que outras. Desta forma, também as temperaturas destas regiões são distintas entre si. Da mesma forma, as pressões atmosféricas diferem pelo globo, com pressões mais altas em alguns locais do planeta e mais baixas em outros. Quando existe um centro fechado de alta pressão atmosférica, então também se forma um anticiclone. Nestas regiões quase circulares de alta pressão atmosférica, o ar gira no sentido anti-horário no Hemisfério Sul e no sentido horário no Hemisfério Norte. A pressão diminui do centro para a periferia do anticiclone e o movimento do ar é descendente na vertical. Como o ar desce, quando chega à superfície ele não tem outra saída, a não ser divergir para todos os lados. Este é o conceito de um centro de divergência, sempre associado aos anticiclones em superfície. Em áreas onde o ar descende, o resultado é tempo estável, pois para haver nuvens, é necessário existir movimento ascendente do ar. Os anticiclones possuem características opostas aos ciclones, que são regiões instáveis, de baixa pressão em seu centro, e que giram no sentido contrário aos anticiclones.

Onde nascem os centros de alta e baixa pressão atmosférica? Existem cinturões de alta e baixa pressão em todo o globo (ver figura acima à esquerda), sendo que os cinturões de alta pressão se encontram em torno das latitudes 30° e 90° nos dois hemisférios, enquanto os cinturões de baixa pressão são observados no Equador e nas latitudes de 60° Norte e Sul. Estes cinturões de alta e baixa pressão em superfície devem sua existência às grandes células de circulação de grande escala chamadas Células de Walker e Células de Hadley. Os cinturões de alta e baixa pressão globais distantes da linha do equador são os "berços" que dão origem a boa parte dos centros fechados de circulação ciclônica e anticiclônica no globo.

Como se deslocam os anticiclones pelo globo?Comecemos a explicação com os ciclones. Os ciclones (centros de baixa pressão atmosférica) são quase sempre transientes (transitam por grandes distâncias sobre o globo terrestre) e têm ciclo de vida com começo, meio e fim. Já os anticiclones podem ser transientes e também podem ser do tipo permanentes (estacionários), também conhecidas como Altas Climatológicas (ver figura acima à direita). Os anticiclones permanentes são centros de alta pressão climatológicos e existem por causa das grandes células de circulação atmosférica de Hadley, nome dado em homenagem ao pesquisador que as identificou pela primeira vez na circulação global atmosférica.

Os centros de alta pressão permanentes estão estacionados sobre grandes áreas dos oceanos (ver na figura acima à direita) e também dão origem aos grandes desertos da Terra, quando estacionados sobre continentes, como o Deserto do Saara. Assim, o Deserto do Saara é devido a um ramo descendente de uma Circulação de Hadley.

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